quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

II – Descobrindo um novo mundo

Os dias seguintes ao nascimento do pequeno dragão foram marcados por murmúrios e reconhecimento geral do nascimento do mesmo. Não demorou muito até que todos na localidade soubessem de Helike, sucedido a essa espécie de reconhecimento vieram muita visitas, obviamente, inoportunas. Muitos dragões passavam rancorosos pela gruta da família Long, mas o pequeno filhote, inocente e alegre, só queria se divertir com os potenciais amigos, contudo, quase que sempre, era necessário que os pais dele retirassem-no de perto da saída o quanto antes, temendo um ataque.
A convivência com o vilarejo estava se tornando mais difícil dia após dia, a tal ponto de forçar a família alada a procurar uma saída alternativa, e esta foi encontrada.
A fim de fugir dos olhares furtivos e conceder um pouco de segurança para o pequeno filhote crescer em paz, o casal optou por se mudar para uma espécie de pico, nas extremidades do vilarejo, assim, em caso de emergência poderiam recorrer a alguma ajuda térrea rapidamente.
O pico era de uma arquitetura rochosa fenomenal, com estalactites e estalagmites brotando de diversos pontos o que lhe concedia um ar seguro, para o ponto de vista deles, e um tanto tenebroso para visitas indesejadas, próximo a sua crista localizava-se uma imensa caverna, grande o suficiente para acomodar os três dragões e garantir espaço para Helike se divertir e ainda assim protegida o bastante para que eles se abrigassem das impetuosas forças da natureza.
Era uma morada fabulosa, mas eles não podiam dar-se o luxo de fechar-se para o mundo, por isso, vez ou outra, eles teriam de descer até o vilarejo para uma visita aos anciões ou mesmo para convivência do filhote com outros, mesmo correndo o risco de não ser aceito.
Apesar da fortaleza aérea já esta pronta para recebê-los, ainda precisariam permanecer mais um tempo no vilarejo e, com isso, aturar os outros habitantes.
O pequeno filhote não podia mais ficar preso dentro da gruta familiar, apesar desta ser suficientemente espaçosa para o que ele quisesse fazer, porém a maioria dos filhotes já teria dado voltas e mais voltas com seus pais nesse espaço de tempo de cerca de uma semana que o pequenino ficou dentro da gruta, além de ele ter espaço, mas não amigos para aproveitá-lo, independente da reação dos demais, eles teriam de levar Helike para fazer um reconhecimento da planície e talvez conhecer outros filhotes e, assim, fazer amigos, tanto ele, Helike, quanto seus pais.
Nesse otimismo, os três saíram finalmente da confinação da gruta. O pequeno dragão saiu eufórico da pequena caverna, saltitando de alegria por sair do confinamento escuro, mas logo congelou, não de medo, mas sim de uma sensação nostálgica, o pequeno nunca havia visto muito mais que uma vegetação rasteira que ficava defronte à casa rochosa, agora deparava-se com um novo mundo, cheio de verde, alegria, luz.
As redondezas da caverna da família Long eram marcadas por uma vegetação fechada, porém traspassável; por ser inicio da Linsguis, as árvores estavam sendo cobertas por uma nova camuflagem esverdeada, as aves e alguns outros animais específicos do planeta, voavam e rastejavam alegre e energeticamente próximo de quem por ali passa, carregando desde alimentos para suas crias a artefatos um tanto exóticos. O céu brilhava num azul magnífico compartilhando o seu esplendor com o brilho de dois sóis, um avermelhado e outro alaranjado, as nuvens brincavam num balé opaco, mas belo. No solo, inúmeras pequenas flores brotavam ainda deixando o ar baixo perfumado.
Ainda maravilhado, Helike voltou a andar, seguindo seus pais e observando cada pequeno detalhe do mundo que ele descobrirá. Seus pais, num misto de alegria e receio, apenas guiavam-no até um local público, atentando para os olhares dos dragões que começavam a aparecer, porém, inexplicavelmente, estes não cultivavam mais os olhares rancorosos, mas sim olhares meigos e um tanto carinhoso para o pequeno Helike, que os retribuía alegremente.
Ao chegarem a um local de encontro comum a todos os dragões, o filhote disparou, sem aviso, em direção aos demais filhotes procurando por amigos e diversão, coisa que não lhe faltou. Enquanto isso o casal Long se posicionava num local de fácil ação, ainda pesarosos.
Alguns minutos se passaram até que outros se juntassem aos dois e, para a surpresa destes, sem muita demora, uma dragão disse:
‒ É difícil acreditar que se temeu tanto alguém tão inofensivo quanto ele. ‒ Alguns resmungos de aprovação sucederam a observação.
O casal foi subitamente acobertado por um alívio, sabendo que, pelo menos uma parte da população aceitou o pequeno Helike, mas não baixaram a guarda nem mudaram de ideia quanto a deixarem o as províncias, principalmente ao notarem que a aceitação não foi geral.
Próximo ao entardecer o local de concentração foi se esvaziando, assim como os novos amigos que Helike havia feito. Contudo, após não ter ninguém mais lá, exceto a família, um filhote permaneceu, apesar de entretido na brincadeira, era possível notar que ele estava muito abatido e relativamente magro para a idade que aparentava, então o casal resolveu falar com ele, interrompendo a brincadeira.
O pequeno dragão se sentiu intimidado quando os dois se aproximaram, porém não recuou, muito. Ele tinha olhos avermelhados e mergulhavam-nos numa tristeza aparentemente sem fim, suas escamas vermelho-escarlate reluziam a tímida luz que ainda restava do dia, e seu chifres, levemente encaracolados lembravam madeira de carvalho vermelho polida.
‒ Onde estão seus pais, pequenino? ‒ Perguntou a dragão.
Com um grunhido baixo e uma fonética prematura, o filhote respondeu ‒ Sei não... perdi eles a um tempo... estávamos procurando comida... de repente mimi e quando acordei estava sozinho... Estou com medo...
O casal se entreolhou e logo tomaram uma decisão ‒ Que vir conosco? Já está tarde, os anciões não vão nos ajudar agora.
O pequeno ser vermelho balançou a cabeça animadamente e, rapidamente, voltou a correr com Helike. O casal não sabia o que fazer com ele além daquela noite, mas sabiam que, se algo acontecesse, não hesitariam em adotar o pequenino.
E assim, voltaram para a caverna da família que, aparentemente, iria crescer novamente.





WEll povo, já estava agoniado para postar mais esse capitulo :la: Sei que tem pouco gente lendo, mas ainda assim os poucos que leem estão sendo importante pra mim <3
 Bem, aqui fiz mais um amiguinhozinho :3 E finalmente sai do fundo daquela bendita caverna, sério tenho traumas de ter ficado tanto tempo enfurnado nela @3@

 Espero que gostem, e critiquem again :la: Se cuidem, Fiquem com Deus :3
Byaa~~~

  Because this is me ₢ Helike Long
Don't use without my permission

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

I - Nascimento

Mais um dia amanhece em um planeta distante no universo, perdido do olhar de muitos, potenciais, inimigos, um planeta relativamente grande e igualmente belo. Mas esse alvorecer não é como os demais, esse é um dia especial para todos habitantes do magnífico astro. É o primeiro dia da “Linsguis”, como é chamado o período em que todo o planeta se encher de cores e vida, as plantas retomam à vivida paisagem anteriormente tomada pelo branco, os animais iniciam seus inúmeros rituais de acasalamentos, enchendo toda e qualquer localidade de música e ritmo. E, nessa penumbra festiva, mais um grande evento transcorre. É época do nascimento de muitas novas vidas, por todo o planeta, faça dia ou faça noite. Mas aqui será relatada apenas uma província em especial, falamos do pequeno, porém grande, em proporções conhecidas, vilarejo Lanshi, um lugar sempre muito alegre e com habitantes muito hospitaleiros e generosos.
Segundo as crenças, o nascimento dessas novas vidas é algo extremamente especial e digno das mais altas honras. Nesse espírito todos os futuros pais se reúnem no centro do vilarejo para inicio das cerimônias para o nascimento de suas crias. Não demora muito para que o sol das 10 comece a aquecer o ar, tornando o clima agradável e aconchegante, o ambiente ideal para os acontecimentos que estão por vir. Não demora muito para que o silêncio da espera seja substituído por uma sinfonia de vida e descobrimento.
Drungsdom é um planeta consideravelmente especial, seu nome, para começo, origina da palavra Drung, que quer dizer Dragão em uma língua dominada por poucos. Assim como o significado do nome, o astro abriga criaturas que condizem a ele. Os habitantes predominantes são os seres alados conhecidos como dragões, descendentes dos répteis, a quem diga que são lagartixas super desenvolvidas que cresceram demais e, de quebra, em certos casos, criaram asas. Os dragões são muitos ligados à natureza e, assim, tem um grande cuidado para com o meio que os cercam e suas criaturas. Os dragões são potencialmente perigosos quando em um campo de batalha, mas, contrariando as incontáveis crenças, são muito amistosos, em geral, e pacientes.
O primeiro dia da Linsguis é marcado pelo fim da choca dos ovos colossais que abrigam espécimes dos mais variados tamanhos, cores e, em alguns casos, formatos em seu interior, cargas realmente muito preciosas não só para seus familiares, como para todo o delicado equilíbrio do ecossistema de Drunsgdom e os orgulhosos pais desses pequenos sabem muito bem disso. A cada ovo eclodido uma pequena festa condensada é lançada ao alto.
Nesse ambiente um ovo em particular chama a atenção de muitos dragões que por ali passam, um ovo inteiramente negro com uma fina faixa azul cristal reluzindo pouco acima de seu centro. Segundo as crenças, esse tipo especial de ovo, além de lendário, por conta da raridade de existir outro igual, abriga duas coisas distintas e inconciliáveis, esse casulo, certamente, conteria um dragão negro de chifres, espinhos e clava do mais puro cristal azulado, do mesmo modo que seria excepcionalmente poderoso e indomável, porém outro poder agiria sobre este ser, forças perversas adormecidas dentro dele poderiam se opor a uma vontade qualquer quando bem entendessem, o que tornava o pequeno filhote, em seus últimos instantes ingênuos de incubação, um pequeno temível para toda a população, que, mesmo que só em seus olhares, demonstravam uma complexa repulsa pelo filhote ainda oculto pelo invólucro calcário. Seus pais, todavia, alimentavam um imenso amor fraterno pela sua pequena cria.
O dia foi passando-se rapidamente, logo estavam sendo cobertos pelo entardecer conjunto a uma grande formação de nuvens que se desenvolveu no decorrer daquele dia, a maior parte dos ovos já haviam eclodido e os novos animais alados começavam a se retirar com seus pais, conforme recebiam as bênçãos dos anciões e seus pais eram orientados. Contudo casal relativo ao ovo mal visto continuavam no aguardo, inerentes, contudo, incomodados. Poucos se davam o valor de aguardar com eles, de fato, apenas os amigos mais próximos da família.
Pouco antes do anoitecer, a massa cinzenta, que agora ganhará um tamanho indefinível e tons de cinza azulado mais escuros, despejou sua fúria sobre o local onde posteriormente houvera centenas de ovos. Nesse ambiente tenebroso, para o desespero dos pais do ovo negro, este começou a eclodir no topo, instantes sufocantes sucederam, até que uma pequena cabeça projetou-se pelo buraco confirmando as crenças da população. O filhote fitava seus pais, únicos que ainda aguardavam-no naquele temporal, com seus imensos olhos castanho escuro tentando entender onde se encontrava e quem seriam aqueles à sua frente, em retorno, seus pais olhavam-nos num misto de satisfação, pela vinda dele, e desconforto, temendo seu futuro. O filhote mostrara-se completamente negro, ao terminar de irromper seu antigo abrigo, com chifres e outros detalhes de seu corpo reluzindo a pouca luz que restava na planície iluminando as edificações próximas com uma luz cristalina azulada.
Entreolharam-se por alguns instantes até que, com um grunhido feliz, o pequeno ser disparou até seus pais, este os quais o acolheu em um abraço carinhoso e, em seguida, o conduziram até uma construção coberta, onde os anciões aguardavam por eles. O local era consideravelmente belo, considerando que os dragões, em geral, não eram muito habilidosos em trabalhos artísticos, o que tornava grande parte de suas construções rústicas. Ao fim de um corredor, sobre uma espécie de altar, encontravam-se os anciões, dois grandes dragões equipados com barbas brancas e muito extensas, a ponto de quase tocar o chão, o que, comparado a estatura de um dragão normal, precisavam ser muito longas, e uma dragão, que fazia fazer sua feminidade refletida em sua delicadeza notável. Os três olharam fixamente para seus novos convidados, particularmente, fitaram o pequeno filhote, que andava inocentemente observando tudo ao seu redor.
Com um ar autoritário, o ancião do centro, um dragão com características herdadas dos dragões dos ocidentes e winverns, acolheu os visitantes ‒ Vejo que finalmente vocês foram agraciados com a chegada de vossa cria, estamos felizes por mais um unir-se a nós. Toda Drungsdom se alegra com a chegada do pequeno. ‒ Mas, sem aviso prévio, a expressão do ancião fechou-se ‒ Pelo menos era com esse discurso que gostaríamos de agraciá-los. ‒ Certo de que o pequeno dragão, que agora brincava correndo alegremente pelo salão, não entenderia o que seria discutido, continuou ‒ Como vocês devem saber, vosso filhote é um tanto excêntrico, podemos dizer...
Interrompendo rapidamente, o pai vociferou ‒ Sabemos muito bem onde vocês querem chegar e o que realmente querem dizer.
‒ Então estão cientes de que ele, possivelmente, será excluído e ignorado por grande parte do povo, certo?
O casal simplesmente consentiu com a grande cabeça.
‒ Nada poderá ser feito para tirarmos a imagem que foi criada sobre ele? Olhe só é apenas um filhote, se há algo que realmente pode torná-lo um dragão temível, esta seria o descaso para com ele! ‒ Retrucou a mãe.
‒ Não podemos garantir nada, infelizmente, apenas o tempo dirá como ele será, ou não, aceito.
Todos no recinto, com exceção do animado filhote suspiraram.
‒ Podemos ao menos pedir vossas bênçãos sobre ele?
‒ Certamente! ‒ Desta vez quem respondeu foi a anciã ‒ a benção jamais pode ser negada, independente das crenças a favor ou contra a criatura. Diga-me: qual será o nome dele?
‒ Helike Long.




Então esse é o primeiro capitulozinho da história que resolvi começar a escrever, talvez futuramente, junte tudo num livrenho, quem sabe né. :3
Espero que apreciem a literatura tanto quanto eu apreciei a escrita ^^
Não se esqueçam de criticar!

Because this is me ₢ Helike Long